A internet e demais meios de comunicação são os precursores da propagação das informações em grande quantidade e velocidade. Processar todas as informações nos repositórios é humanamente impossível, e ter muitos materiais com produções intelectuais não significa necessariamente ter qualidade de informação.
Richard Saul Wurman nos anos de 1960 desenvolveu uma forma - denominada arquitetura da informação - de auxiliar os usuários e o profissional responsável tanto pela organização quanto pelo cuidado no processamento das informações.
Para se definirem elementos facilitadores do acesso à informação é preciso primeiramente, definir alguns elementos relacionados à arquitetura da informação os quais são: usabilidade e navegabilidade.
Segundo Reis (2008), a usabilidade, um dos termos mais discutidos na arquitetura da informação, de acordo com a Norma ISO 94241-11, pode ser definida como “a medida na qual um produto pode ser usado por usuários específicos para alcançar objetivos específicos com efetividade e eficiência e satisfação num contexto específico”.
Na arquitetura da informação, destaca-se o método de avaliação de usabilidade denominado de “10 Heurísticas de Nielsen”, criação de Jakob Nielsen - o pai da usabilidade. O Instituto Faber- Fudens (2009) traduziu as heurísticas de Nielsen da seguinte forma.
1) Feedback: O sistema deve informar continuamente o usuário sobre o que ele esta fazendo; 10 segundos é o limite para manter a atenção do usuário focalizada no diálogo.
2) Falar a linguagem do usuário: A terminologia deve ser baseada na linguagem do usuário e não na orientada pelo sistema; As informações devem ser organizadas conforme o modelo mental do usuário.
3) Saídas claramente demarcadas: O usuário controla o sistema, e ele pode, a qualquer momento, abortar uma tarefa ou desfazer uma operação e retornar ao estado anterior.
4) Consistência: Um mesmo comando ou ação deve ter sempre o mesmo efeito; a mesma operação dever ser apresentada na mesma localização e deve ser formatada/ apresentada da mesma maneira para facilitar o reconhecimento.
5) Prevenir erros: Evitar situações de erro; conhecer as situações que mais provocam erros e modificar a interface para que os erros não ocorram.
6) Minimizar a sobrecarga de memória do usuário: O sistema deve mostrar os elementos de diálogos e permitir que o usuário faça suas escolhas, sem a necessidade de lembrar um comando especifico.
7) Atalhos para os usuários experientes executarem as operações mais rapidamente; abreviações, teclas de função duplo clique no mouse, função de volta em sistemas de hipertexto; atalhos para recuperar informações que estão em profundidade na árvore navegacional a partir da interface principal.
8) Diálogos simples e naturais: Deve-se apresentar exatamente a informação que o usuário precisa no momento, nem mais nem menos; a sequência da interação e o acesso aos objetivos e operações devem ser compatíveis com o modo pelo qual o usuário realiza suas tarefas.
9) Mensagens esclarecedoras de erro: a linguagem deve ser clara e sem códigos; deve ajudar o usuário a entender e resolver o problema; não deve culpar ou intimidar o usuário.
10) Ajuda e documentação; O ideal é que um software seja tão fácil de usar (intuitivo) que não necessite de ajuda ou documentação; se for necessário ajuda esta deve estar facilmente acessível online.
A usabilidade na visão do Instituto Faber-Ludens (2008) busca atingir os seguintes objetivos: testar a aceitação de um novo produto no mercado; comprar versões diferentes de uma interface; comparar um produto com seu concorrente; avaliar o estado geral do produto; identificar a origem de comportamentos inesperados/ indesejados (taxa de abandono do carrinho de compras, por exemplo); receber opiniões.
Dentro da arquitetura da informação, navegabilidade é outro aspecto que, como dito anteriormente, pode ser tratado como elemento facilitador do acesso à informação.
De acordo com Reis (2006), “navegar é sair de um ponto de origem e ir para um ponto de destino que está fora do alcance dos nossos olhos, um ponto sem contato visual”.
Para recuperar uma informação, seja no mundo físico seja no virtual, precisam-se desenvolver pontos de referências acessíveis. Em uma biblioteca digital, a necessidade de ter um sistema de referência de fácil acesso é fundamental para recuperar uma informação.
Assim, a falta de “um sistema de navegação que estabelece pontos de referência e uma sinalização para orientar o usuário no seu caminho [...] faz com que o usuário se perca, e fique à deriva ao navegar no site” (REIS, 2006).
Portanto, pode-se concluir que a navegação é a facilidade que tem o pesquisador de encontrar a informação em um site, com um sistema de navegação disposto em uma estrutura lógica, que o leve a obter o resultado com menos cliques possível.
De acordo com Reis (2006) e Ascensão (2010), os elementos comuns encontrados em sites e que dão suporte a sua navegação são: menu local visível em todas as páginas; barra de navegação global – barra simples, geralmente no cabeçalho ou no rodapé da pagina; bread crumb ou, em português, navegação estrutural – aparece usualmente no topo da página com a seguinte estrutura: portal – seção – subseção; mapa do site e/ou índice remissivo; logotipo da instituição em todas as páginas; inexistência de páginas “beco sem saída”, ou seja, páginas navegáveis apenas com os botões “atrás” com mais do que 3 cliques.
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